terça-feira, 27 de março de 2012

“O BODE NA MAÇONARIA” 8


Albert Pike

- Parte VIII -
Leo Taxil
Uma das supostas origens da crendice, ou mesmo fomentador da associação do bode à Maçonaria, resulta de uma história do século XIX. Vejamos dois dos personagens envolvidos nessa passagem:
- Albert Pike, americano, figura proeminente da maçonaria;
- Leo Taxil nasceu Gabriel Antoine Jogand-Pages, era um “livre-pensador” que ganhava a vida com literatura pornográfica. “Livre-pensador” era um termo usado para definir o indivíduo que ia de encontro com as instituições e dogmas sociais, especialmente se viesse de uma autoridade religiosa. Taxil foi conhecido também pela sua literatura anti-maçônica e anti-católica. Tempos antes, foi iniciado na maçonaria, mas foi expulso da ordem, por motivo não definido. Começou então a redigir seus textos anti-maçônicos.
Através desses textos disseminou a falsa idéia de que a Maçonaria seria uma entidade associada ao satanismo. Usou o nome de Pike, redigiu livros e documentos e os tornaram públicos. Em muitos desses documentos aparece a figura de Baphomet, já citado. Esse pode ter sido um dos fomentadores da história do bode. Mesmo após desmentir sua farsa continuou a ser usado como arma pelos argumentadores anti-maçonaria.
O pentagrama: essa figura geométrica tem um rico significado dentro da maçonaria, que não nos cabe analisar nesse momento. Entretanto, posterior ao uso maçônico, e diferentemente, a magia também utilizou esse símbolo, buscando associá-lo à influências maléficas, voltando o símbolo para baixo, imaginando formar a figura de um bode inscrito em seu interior, o Bode de Mendes.
O Bode confidente: uma das lendas diz respeito ao fato dos Judeus na antiguidade confidenciarem seus segredos, suas faltas, aos bodes.
Assim se sentiam aliviados em dividir seus segredos e com um confidente discreto, que não falaria seus segredos a ninguém.
Essa versão pode ter sido amplificada durante o período da Inquisição, onde torturadores não arrancando segredos de maçons aprisionados, na França, foram comparados a bodes, pois não se arrancava uma só palavra, um só delator da Ordem.
Outras versões: (**) bode amarrado à porta da casa dos maçons onde se realizariam reuniões; (**) balandraus com mau cheiro; (**) bode como sendo um animal que vive nas alturas perto de Deus; (**)
Maçons que comem como Bodes nas diversas festividades.
Tudo na Maçonaria, quando não é palpite ou lenda popularesca, deve ter uma explicação racional e histórica.
É comum profanos fazerem referência à figura do bode na maçonaria (com sentido demoníaco), aludindo a uma sociedade onde se vende a alma ao diabo. Para nós maçons é até prazeroso e engraçado quando escutamos tantas especulações mirabolantes sobre a maçonaria.
Fica-nos ainda aquele poético ar de mistério que antes a Ordem tinha. Hoje, outdoors anunciam conferências maçônicas.
Entretanto, por trás das inúmeras lendas que borbulham em torno da Maçonaria, a do “Bode”, como tantas outras têm sua origem nos cultos pagãos das civilizações clássicas.
A figura do bode remonta às antigas civilizações mesopotâmicas (símbolo de fertilidade e de vida, os arqueólogos encontraram várias estatuetas em sepulturas), depois por práticas judaicas (século XIII a.C) e Grécia Arcaica, especificamente por volta do século VI a.C, quando verificou-se uma proliferação das chamadas religiões de mistérios, de caráter iniciático.
Dentre elas, uma teve enorme difusão: o culto de Dionísio, que passou a ser o núcleo da religiosidade órfica. Dionísio está ligado a ritos agrários, daí Messe e Messias no Cristianismo. O Senhor da Vinha.
Neste sentido é que, como práticas catárticas, incluía-se ritos de purificação pessoal e da comunidade (polis).
Um destes ritos era o sacrifício, fora dos muros da cidade, de um bode. Para purificar a comunidade. Os oficiantes do rito se vestiam com pele de bode. Por isso que na tragédia grega o termo “vestir a pele” significava “encarnar” a personagem a ser representada. Pessoa, em grego, significa máscara.
Daí a expressão “bode expiatório”, que o catolicismo simboliza no Cristo crucificado (que tira os pecados do mundo); os teólogos devem ter se inspirado em Levítico 16-16 e 16-20 ).
Este (a expiação dos erros) é apenas um dos significados.
Mas já na Antiguidade, o matemático Pitágoras de Samos, fundou na cidade de Crotona uma confraria científico-religiosa, substituindo na religiosidade órfica à figura de Dionísio pela da matemática, especificamente a Geometria.
Continua.

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